O NOSSO JANTAR

Digam que somos alma parada,
Alma que se apronta para a dormida.
E nesta pequenina abençoada jangada,
Oremos aos Céus a nossa despedida.

Escolhemos esta maravilhosa paisagem,
Entre duas culturas diferentes.
Na minha e na sua eficaz bagagem,
Recolheremos os olhares mais fluentes.

Trouxemos o que de melhor havia,
Reunimos as nossas ambições.
Esquecemos tristezas, dando largas de alegria,
Sobressaindo felicidade nos nossos corações.

Nunca pensei ter esta doce liberdade!...
Lhe chamarei eternamente assim.
Como era carinhosa a minha ansiedade,
E nunca partisse nesta jangada sem mim.

Construiremos o nosso bem-aventurado ninho,
Que iluminaremos sempre à luz da candeia.
Seu perfil de menina é fino como o linho,
Seu sorriso e o carinhoso olhar me encandeia.

Manuel José R. Pereira