MEU CANTO NA ESTRADA
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Vou seguindo nessa estrada
Onde tudo é quase nada
Apenas levo na mochila
Um velho blusão jeans
E um calça desbotada
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Meus pés pisam descalços
O chão quente de asfalto
Em brasas e bolhas
Vão e queimam os percalços
A procura de secas folhas
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E o que alivia meu penar
E a minha solidão é o meu cantar
E canto aos quatro ventos...
Quatro cantos no pensamento
Eu canto pela alegria de viver
Pelo amor que me faz renascer
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Eu canto pelos censurados
Pelos desiludidos, pelos desamados
Pelos poetas, pelos oprimidos
Pelos sem salvação, e excluídos
Meu canto vai até o infinito...
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Eu canto pelo panelaço
Das mulheres mães Argentinas
Pelo eterno conflito dos homens
Entre os povos de Israel e Palestina
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E eu canto bem mais forte
Quando lembro meus irm ãos
Da seca daqui do Norte
Eu canto para jovens e velhos
Um canto cheio de sorte
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Canto pelos homens em desatino
Pela queda dos poderosos
Pela evolução da medicina
Pela remissão dos fervorosos
Para aquela linda menina
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Genésio Cavalcanti