QUASE CLANDESTINO
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Ei de te amar como os pássaros amam as manhãs
Numa cintilação de sons e cores, movimentos
Saídos dos meus sonhos distantes, amanhecidos.
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Como um deus semeando o inusitado e o previsível,
O só insinuado porque inalcansável a olhares
E ouvidos comuns, apartados da poesia noturna,
Semeio cores na tela e poemas no mundo.
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E o que mais querer ou pedir, senão a tua imagem,
Glamurosa e ao alcance, orientando a palheta
E me ajudando a encontrar palavras, vocábulos
Que te descrevam única e definitivamente bela
Ornamentando cada minuto de cada manhã?
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Por mais que me faça mudo e me esconda de tudo,
Só me mostrando em cores e versos, disfarçado,
Há em mim a vontade da revelação, um grito preso
Capaz de me revelar ao mundo.
É grande a luta me subjugando, senão grito, clamo
Declamo... Eu te amo, eu te amo!
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Francisco Costa
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