Filha do Vento
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Meus olhos tentam decifrar as formas
Mas eu não me importo em contornar
As esferas que movem o meu mundo.
Sou feita de brisas e tintas
Vou colorindo as trevas com nuances de luz.
Trouxe do passado um livro
Onde escrevi contos e cânticos
Eu me atrevo a envenenar o oceano
Sem me afogar nas angustias
Eu sei ser a força na máquina do tempo
E do tempo roubo a juventude
E a quietude do teu ruído
Mesmo ao longe eu me atrevo
A fitar seu olhar púrpuro e sonolento.
Então sou filha do vento!
Sem medo da próxima guerra
Sem motivos pra sorrir,
Ainda assim meu riso
É o riso dos que se bastam!
Torno-me a mulher entre a lua e a maré
Entre o céu e a terra, entre a paz e a guerra!
Eu sou a primeira a enfrentar as feras na selva
Para adormecer depois nas asas do amor
Que vem volitando de um mundo ausente
On de cintila minha louca estrela,
Onde minha alma em tanto se sente
Onde eu vivo mais que toda morte
E desintegro as chagas dessa sorte.
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Claudia Morett
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