O tropeço do artista
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silêncio brota noturno
contorna alma voando
atravessa versos livres
cultiva outros brancos
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poeta ara
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na métrica sagrada de cada dia
na rima santificada ou empobrecida
no ritmo da vontade ou da hora
tropeça o poeta ébrio
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poeta cambaleia
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olha o tédio da musa tenra
ou os pés da ninfa fria
e num mar de heresia
deflora a estrofe santa
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poeta cunha
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nascem tantos poemas
quanto pode parir a fantasia
e sente o grito estridente
da noturna bruxa poesia
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poeta arde
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Juleni Andrade