Milagre
Mistérios suspensos em naves góticas
Ciências confusas verdades ilógicas
E anjos sinistros sobre os abismos
Mensageiros delatam toscos aforismos.
E as luzes confusas sonoras e tóxicas
O ombro do mundo não pode suportar
O que olhar canino não sabe expressar
Crianças tecendo os nervos do tempo
E espectros voando nas asas do vento
O guardião do tempo foge do tremor
E as garras do espaço com estranho furor
Esmigalhando os ossos e iluminando o horror.
Os passos fugindo pra lugar nenhum
A esperança estranha do sonho comum
Do ódio e do avesso e a confusa certeza
Do fim e do inverso essa desnatureza,
Bebendo da seiva subindo a escada
Talvez uma simples molécula inanimada
Num mundo disperso desprovido de cor,
E ainda que eu sangre afogando no nada
E cancele a sombra da mão que me afaga,
Eu ainda acredito no amor!
Claudia Morett
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