PÁSSARO FUGIDO
Ali bem no fundo daquele abismo
Vive uma dor cor de céu de inverno.
Preservo a ausência do que me move
E persigo o porto pro meu desatino,
Se me esqueço, me lembro de outro destino.
Um que ficou preso na garganta da alma
E depois livre voou sofrendo pra fugir de mim.
Teu espírito pássaro desorientado
De voar sobre as planícies
Ainda há de passar sobre meus telhados
Cantando a dor que a liberdade te faz.
Ainda uma vez me pensarás como te penso?
Ainda assim repousaras suas asas planando
Sobre os abismos e jardins
Antes da primavera no inverno sem fim...
Cantando o desgosto e o desejo de mim!
(Claudia Morett)
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