SOBREVIDA
É preciso voar acima de tudo,
Até o fundo das coisas mais ocultas
As reações mais brutas, as conseqüências mais justas.
A vulnerabilidade, a clausura, coisas que fogem ao próprio sentido,
O modo aleatório como eu vivo.
A náusea depois do falso afeto,
O mesmo sonho encoberto
E complexo, onde sombras tumultuam
Minha espécie estranha e fugida,
As incertezas da vida.
A dormência na memória ou a própria lembrança
Sangrando a alma.
Os mesmo diamantes cortando a pele daquela voz dentro do silêncio.
O desejo de me haver em outro plano,
Onde eu possa me cercar de tudo que me faz viva.
E vencer essa angustia dolosa que há tempos me mantém cativa,
Um passarinho, uma canção, um poema,
Apenas isso!
Claudia Morett
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