Tenho essa substancia pronta dentro dos ossos
E vejo com olhos de periscópio
Espiando os mesmos silêncios dentro dos sons
Eu vergo a coluna um milhão de vezes
Apenas pra suportar essa ranhura na alma
E a lua cheia me quer levar os sentimentos
Como faz com as marés,
O céu me suga a angustia de ser só,
E nunca haver provado uma mão de afago,
Uma caricia que ficou perdida entre os meus extremos
E o meio já foi consumido, e o fato já foi consumado,
Estou pronta a me deitar na morte e me entregar à sorte
Mas mesmo assim, eu sangro toda vez que nasce um poema triste,
E belas palavras não me convencem,
E belos olhos não me conquistam
E mentiras bonitas não me interessam,
Eu fui do fim ao começo e impeço a ursa maior de brilhar,
Meu radar emite vibrações confusas de alguém em algum lugar,
Sombrio, grave e urgente como o homem em minhas retinas,
E o tempo desenha os signos que compõem minha sina
E insiste em fazer mulher, quem sempre será menina.
Claudia morett
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