Miragem (continuação)
Miragem, tarde de névoas,
Esperas, crepúsculos
Sem cores nas esferas
Sol que vem e vai
Noites e dias correndo
Não há como ir, então apenas
Não há conversas.
Só fugas, cansaços...
Lágrimas silenciosas, mormaços.
Eu entendo, entendo as margens
Já estive nas duas
Mas, agora, existe uma corda
Que me prende, e só
Areias, folhas secas na minha margem.
Só queria que compreendesse
Que as minhas águas aquecidas
Não estão no meu lado
Eu fiz nuvens que choram
E deixei que os ventos
As levassem para o lado da sua.
A miragem toma conta
Olhos que procuram
Tornam-se desertos sem oásis
Pegadas em areias, ventos apagam
Sem deixar rastros,
Ventanias, Sol, e apenas dunas
Não tenho água
Durmo cansado.
(Antonio Ayrton Pereira da Silva)
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