MANHÃ DE SOL
Manhã de sol sombria e sem mistério
semeia em vão sementes de alegria
pinta de azul-celeste a pedra fria
desenha o rosto do palhaço sério
que ri para dentro fingindo euforia,
que chora rindo e dissemina o tédio,
mistura essências e inventa o remédio
que borbulhante nasce da alquimia
de bem dosar o mel e o amargor,
a paciência, a calma, o medo e a dor,
o vento forte, o raio e a calmaria,
e faz brotar de dentro da tristeza
o fruto amargo e denso da beleza,
a flor morena e doce da agonia.
*Clizete Marques Monteiro de Araújo*
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