Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a musica que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece,
e nem repetidas com fervor,
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado
na infância
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade
eu não sei
e que a minha loucura seja perdoada,
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também...
(Oswaldo Montenegro)
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