Dizem que os incomodados é que devem se retirar. Concordo. Se alguma coisa me incomoda, abandono o barco. Chuto o tal do balde. Ficar insistindo em uma coisa que nunca vai dar certo não é a minha especialidade. Manter namoros estressantes, amizades interesseiras, empregos sem futuro não faz muito sentido na minha cabeça. Desculpe minha mania, mas a vida é muito curta pra gente perder tempo. Não é nada fácil me aguentar, eu sei! Sou implicante! Pouco tolelante! Pirracenta! Mimada! Falo o que penso e faço o que quero! E sou adepta de uma filosofia de vida muito simples: "Quer? Quer! Não quer? Não quer!". E é assim que eu gostaria que agissem comigo. Não me quer então saia logo da minha vida. Me quer então faça por merecer. Não bajulo ninguém. Detesto que façam o mesmo comigo. Nunca saí com quem não queria estar comigo. Nunca fui a uma festa sem ser convidada. Não faço amizades por conveniência. Não sei rir se não estou achando graça. Não seguro o choro se o coração estiver apertado. Não atendo o telefone se não estiver com vontade de conversar. Não namoro pra falar que tenho companhia. Nunca pertenci a grupos em que as pessoas pensassem, agissem e se vestissem todas iguais. Nunca precisei beber, fumar ou me drogar pra pertencer a nenhum grupo social. Isso não sou eu.  Sou uma pessoa que de tanto pensar não dorme. Agora jogo fora o que não presta, ou melhor, saio eu mesma do jogo se eu não estiver concordando com as regras. Retiro-me, se a incomodada sou eu. O que incomoda vai estar sempre ali no mesmo lugar. Mas eu não preciso estar. Mudo de lugar. Mudo de atitude. Só não fico parada reclamando. Aprendi a não levar a vida tão a sério. Aprendi que o estresse só vai destruir meu estômago e torrar meu dinheiro em análises e remédios caros. Aprendia que as pessoas não são do jeito que eu gostaria que elas fossem. Eu aprendi. Aprendi a hora de me retirar.