Sofremos pelo que não temos e muitas vezes pelo que acreditamos que era nosso e na verdade nunca foi.
Sofremos pela incerteza do amanhã que não nos pertence, mas que tentamos controlar.
Sofremos pelas amizades e afinidades que tentamos dominar, possuir sem medidas e que se afastam de nós. Sofremos pela doença que podemos ter, e nos abatemos. Sofremos pelo medo, pelo que não podemos medir,
pelo que não vemos, mas as vezes podemos ouvir e nos trancamos.
Sofremos pelas nossas faltas e nos abatemos com as dificuldades que criamos. Por isso as notas que não tiramos, as provas que não passamos, os amores que não vivemos, os abraços que perdemos, os cadernos amarelados, os cheiros da infância, são doces lembranças, mas até nelas sofremos. Sofremos porque não queremos nada simples, nem a simplicidade de viver e amar... Complicamos tudo.
Temos medo de nos entregarmos ao amor, medo de sofrer uma dor maior; Por isso, sofremos até pelo que não sabemos, por saber que o sofrer é uma antecipação da dor que nem sempre viveremos.
Então vou procurar conquistar aquilo que realmente me cabe,
e se a dor me visitar, já vai me encontrar mais forte,
porque tenho a exata medida de tudo o que passei,
e sou o fruto dessa passagem chamada vida...