MEDO DA SOLIDÃO
A margem da solidão se aproxima.
Sinto o latejar das veias me incomodando,
Como querendo me avisar que o tempo
Se esgota rapidamente dentro de mim.
Com meus olhos evito fitar
o espaço à minha frente,
porque nele posso vislumbrar a hora final.
Reconheço minha ignorância diante
de determinadas situações, não nego.
E nem mesmo tudo o que carrego em meu peito
consegue me tranqüilizar.
E como um sem-vida caminho
pelas ruas desertas – que se parecem comigo!
Ela vem chegando.
Aterrorizante e cruel.
Procuro escapar de suas garras afiadas,
mas o seu poder é maior que o meu.
Escondo-me.
Acovardo-me temendo as feridas
que elas podem me causar.
Seria essa mais uma obra do destino?
Em completo desatino tento fugir
da solidão que rapidamente se aproxima.
Até que não me tome a completa escuridão,
vou tentando disfarçar o medo que sinto.
Medo de mim.
Da solidão!
_MARCO MOTTA_