A mentira é o ácido
que corrói as relações.
A mentira entre os pares,
os amigos e os familiares,
os subalternos e os superiores.
Essa mentira, que acaba se tornando
uma usina do mal, que reprocessa
tantas distensões e rancores.
Diz o dito, que a mentira tem pernas
curtas, mas, mesmo curta, corre
ela com a voracidade do fogo.
No entanto, por ser curta,
ela cambaleia sobre si,
e logo a razão revela
que tudo não passou
de um mero jogo,
de tola“balela”.
Por vezes, para se encobrir um pequeno fato
que não se assume, se conta uma mentira
e, a partir daí, muitas outras serão
ditas com o intuito de se manter
a tal burla original ou inicial.
Em verdade, a não verdade,
foca luz a incapacidade,
de se assumir, enfim,
rotula inferioridade.
Antônio Poeta