vou rasgar os códigos.
Desacato as regras,
a água morna,
os preços módicos.
Só por hoje
desacredito das retas,
descarrilho do trilho,
desvio das setas.
Preciso de tempo pra sonhar,
respirar fundo e carregar na mão
o sal da vida e o mel do mundo.
Se o compromisso tocar a campainha,
peço que aguarde na casa vizinha,
mansamente, sem fazer alarde.
Mas comunico a todos pela imprensa
que sumiu a lucidez.
Pediu licença.
É só por hoje,
mas agora é minha vez.
(Flora Figueiredo)