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Ciúmes e desconfiança (PARTE 2 / FINAL)

Excetuando-se os casos em que o desconfiado/inseguro se
depare com alguém realmente indigno de confiança e traidor,
todas as outras possibilidades, que ele teve, de confiar, serão
inapelavelmente desperdiçadas, pois ele não pode se dar ao
luxo de confiar: é correr riscos demasiados... é dar a arma pro
bandido! É demonstrar ingenuidade!

Sua imaturidade e sua baixa auto-estima não se remediam em
absoluto por esforços de guardar e proteger possessivamente
ao Outro; nem se apequena diante de um companheiro(a) que
não lhe dê motivos e que se esforce, sabe Deus quanto, para
não lhe causar este tipo específico de sofrimento.
Ele vive em uma fantasia negativa e suas projeções
inconscientes sobre a Realidade mascaram tanto o que ele vive
que, não demora, ele pode já não distinguir o imaginado por ele
do real.

Sua única chance é procurar ajuda especializada para vencer seus
muros de autodefesa e parar, então, de atravancar sua vida de relação
(especialmente a conjugal) com seu medo da repetição de um passado
possivelmente conflitivo e até traumático.

O testemunho do Outro vale muito pouco, nestas horas negras, pois a
desconfiança não permite entrega, não baixa a guarda e o temor engole,
em seus subterrâneos mais profundos, todo e qualquer sentimento
positivo que se podia nutrir na cena de ciúme e traição que o
desconfiado/inseguro constrói.

Ele se parece com um diretor de cinema que sempre vê o mesmo filme,
a mesma cena... e, de fato, não importa se ela é ou não real, pois,
mesmo que não o seja, ainda assim parece possível (e plausível) aos
seus olhos (tornados míopes pelos filtros impiedosos de seus
sentimentos negativos)...

O desconfiado/inseguro tem de reconhecer que está (por assim dizer)
possuído por sentimentos negativos e que, em função deste fato,
vive dando voltinhas sem abordar, de frente, a questão. Se ele(a)
não é mais capaz de exercer sua escolha ou sua liberdade nesta
questão, justifica-se a necessidade da ajuda especializada.

Uma coisa é certa: Ninguém sofre mais com o ciúme e a insegurança,
do que o próprio ciumento/inseguro. Trata-se de um grande
desperdício de energia e de vida!
Quem sofre tanto com este problema faria por bem ocupar-se mais
(atentar) para aquilo que ele(a) ENTREGA no relacionamento, e menos,
com aquilo que ele(a) RECEBE.

Há uma grande responsabilidade envolvida naquilo que ENTREGAMOS
nas relações com os Outro, pois existem cargas letais para um
relacionamento legítimo e o Ciúme e a Insegurança são, sem dúvida,
dois tipos de influências muito nocivas.

Assumir a responsabilidade pelo que ENTREGAMOS nos faz retomar o foco
em nós mesmos (e naquilo que emana do EU), assim como nos faz parar
de criticar tanto ao Outro, como se ele fosse o nosso obstáculo de plantão
na jornada/caminhada na direção da felicidade e da plenitude.

Sob um ponto de vista psicológico (Resumo)
(Luís Vasconcellos)



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