A outra metade da laranja, a alma gêmea, o par ideal, o amor da vida, etc, etc.
Muitas pessoas passam a vida TODA buscando essa metade, na esperança de encontrar alguém que
lhes complete, alguém que tenha qualidades opositoras aos seus defeitos e vice versa. O destino.
Ai ai, lindo – nas novelas.
Sinto lhes dizer, meus amiguinhos e amiguinhas, que a vida não é assim tão fácil. Garotas, sei que é triste,
mas não vai chegar um príncipe encantado e dar um SELINHO enquanto você dorme, fazendo você acordar depois de estar 3 dias dormindo naquela ressaca do fim de semana. E garotos, sinto lhes dizer, mas aquela
moça que deveria lhe transformar em um belo príncipe não existe, contente-se em ser um sapinho e vá fazer
teu FROG FROG pra lá que uma hora alguém aparece.
Essas histórias de contos de fadas, novelas, filmes de amor e biriri, acabam nos passando uma idéia de que o amor ideal sempre aparece. Aquele que é para a vida toda. Blé! Tem gente que espera isso ainda. Tá na hora
de acordar, povo.
Este, imagino eu, é um dos motivos de os relacionamentos, atualmente, durarem tão pouco. Este é o motivo de as pessoas trocarem de par como quem troca de cueca. Estão sempre em busca do par que vá lhes completar, e acabam sempre chorando sozinhas durante eternos 2 dias, até aparecer outro que possivelmente seja a outra metade da laranja (a sexta do ano).
O errado desta história é que quando esperamos que alguém nos complete, acabamos depositando neste alguém uma responsabilidade muito grande. Muita expectativa – esta, que não vai ser suprida. Calma, não chorem. Só caiam na real!
Não somos meias laranjas, nem almas solitárias que precisam de uma gêmea. E muito menos precisamos que os deuses tenham reservado alguém para nós. Não somos metade de nada, somos completos, apesar de nossos defeitos. Somos uma laranja e se aparecer outra, seremos duas! Simples! Apesar de que tenho quase certeza
de que não sou uma laranja.
Imaginem que absurdo que isto é: viemos ao Mundo predestinados a encontrar alguém. Caso eu decida morrer solteiro, serei um ser incompleto durante toda a minha vida!
Pessoas, entendamos o seguinte, juntos! Nós só encontraremos alguém que seja ‘’ideal para o nosso momento’’ se estivermos de bem com nós mesmos! Perai, vou reformular a frase, não gosto de plural:
Eu só irei encontrar alguém e ser feliz com este alguém se eu estiver bem comigo mesmo! Aceitando que esta pessoa tenha seus defeitos e qualidades. Aceitando que esta pessoa não me completa e que não somos uma laranja! POR QUE RAIOS LARANJA? Queria ser um abacaxi, mais bacana! Imaginem: encontrei a minha metade
do abacaxi. Mas… voltando…
Vejo pessoas que recém saíram de relacionamentos, totalmente carentes e NECESSITANDO de alguém! Como se fosse o fim do Mundo estar sozinho!
Eu, particularmente, acho que namoro é algo mais sentimental. Sou um pouco à moda antiga. Para namorar tem que gostar muito da pessoa e conhecer muito bem. É como se fosse um pré-casamento. A guria vai conhecer teus pais, vai conviver com tua família, frequentar tua casa, mexer na tua gaveta de cuecas e rasgar as tuas revistas de mulher pelada. Coisas que, a meu ver, não posso deixar QUALQUER rapariga fazer.
Caros, o que tento lhes passar aqui é a idéia de que devemos investir em nós mesmos e parar de buscar no exterior as nossas incompletudes. Somos seres com defeitos e qualidades, mas nunca precisamos ser dependentes de um outro. Busquemos dentro de nós as respostas! E claro, não estou dizendo para que acabem os namoros e paixões e vivamos em centros budistas tornando-nos seres assexuados libertos da pulsão sexual!! NÃO!
Só que a metade da laranja não existe!
Abraços!
Ricardo Colatto