Há certas horas, que não precisamos da paixão desmedida
Não queremos beijo na boca
E nem desejamos corpos a se encontrar
na maciez da cama
Há certas horas
Que só queremos a mão no ombro
O abraço apertado
Ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado
Sem nada dizer
Há certas horas
Quando estamos quase pra chorar
Que desejamos a presença amiga
A nos ouvir paciente
A brincar com a gente
A nos fazer sorrir
Alguém que ria de nossas piadas mais sem graça
Que ache as nossas tristezas as maiores do mundo
Ou que nos teça elogios sem fim
Mas que apesar de todas essas mentiras úteis
Nos seja de uma sinceridade inquestionável
Alguém que nos mande calar a boca
Ou nos evite um gesto impensado
Alguém que nos possa dizer
Acho que estás errado, mas estou ao teu lado
Ou alguém que apenas diga: Amo você