Às vezes vejo pessoas a percorrerem
A rua da incerteza
Contando as pedras da calçada,
Respirando fundo,
Imaginando uma outra vida,
Ou simplesmente descobrindo a sua razão de viver.
Às vezes também percorro
A minha rua da incerteza
Nela suspiro, nela sonho
Procuro contando as pedrinhas da calçada
O trajecto que me leva ao encontro
Da minha razão de viver.
Às vezes chove,
Outras vezes o céu irradia cor
E sempre como cenário,
A muitas pessoas que como eu,
Percorrem a rua da incerteza,
Sem direcção
Sem noção do porquê de a percorrer.
Caminho e caminhamos sem olhar para trás
Guardando mágoas e alegrias na memoria,
De uma vida já passada,
Já vivida e que apenas permanece na lembrança.
Às vezes nem quero acreditar
Que estou a caminhar na rua da incerteza,
No meio da confusão
No meio da solidão,
Com um sorriso nos lábios,
Com uma dor no coração.
Rua que vou conhecendo,
No percurso desta minha história,
Juntamente com muitas pessoas,
Que caminhando vão procurando o trilho da sua vida.
Na rua da incerteza,
Vou continuar a andar
A observar
E tentar um dia a algum lado chegar.