O mais estranho da estranha é essa felicidade plena em que vivo. Esse estado de graça. A estranha encheu meu estômago de borboletas coloridas. Encheu de suspiros a minha alma. Me encheu de rendição.
É uma dessas alegrias de dar pulinhos e de murmurar alegria no semblante mais sério. É uma dessas alegrias tão abençoadas por Deus que Ele é quase cúmplice de esporádicas baixarias e mentiras.
É uma dessas alegrias desconfortáveis mas que tem cara de cama quente e travesseiro fofo.
Eu perco o ar, esbugalho os olhos.
Ela apenas me sorri irônica e por piedade aquieta-se alguns segundos. Depois, eu mesma não aguento e a procuro: estranha por estranha, negar uma paixão é muito mais louco do que aceitá-la dentro da gente.