A minha alma tem tédio de minha vida
Talvez pena, talvez ódio não sei
Traz-me à vida não mais querida
Que ao menos um dia eu sonhei
Perde-se ao tempo, ao vento, ao nada.
Antes mesmo de ver-te ali
Para o além, o fim dessa estrada.
No infinito, neste breve fim.
Dar-lhe-ei o que tenho o nada.
Ou ao menos o meu coração
Como ainda esta flor despedaçada
Como o sangue que cai neste chão
Lágrimas, medo e solidão.
O fim, a saída à dor.
Preso nesta ilusão
Onde encontrais o amor
Partíreis a questão
Acho que faltara um tempo
Nesta eterna obsessão
Neste triste momento
Confuso talvez nem tanto
Mas tão doces palavras que vêm
Trazendo o eterno encanto
Refletindo o velho além