Meus versos são suspiros de tristeza,
Que ecoam do meu peito,
Toda a noite depois de tirar a máscara,
E novamente respirar, eu.
Vivo numa constante busca por mim,
Tentando abrir o baú dos meus sonhos esquecidos,
Refazer meus castelos de areia destruídos,
Desmanchados com a água da chuva.
Meus dias eram singelos,
Como minhas fantasias evaporadas.
Agora é só vazio no peito,
Melancolia que ladra minha juventude,
E me fragmenta em palavras.
Sinto saudades das mentiras,
Dos meus heróis, todos mortos,
Iludidos, vencidos.
Sinto falta do sorriso que não doía,
Dos meus joelhos feridos quando caia,
E levantava.
Hoje continuo caída,
Feito o anjo da luz que caiu na terra,
E não mais ganhou os céus.
Fui abandonada pelos deuses,
Amaldiçoada pelos dias,
Em que finjo não ser só pintura,
E existir.