A chave roda ruidosa Na fechadura antes de entrar Está uma noite maravilhosa Venho busca-la para passear Ando pelo corredor Tudo parece em seu lugar Sinto os olhos do observador Que do outro lado do espelho me está a fintar Coisas alinhadas Todas onde devem estar Porem estas luzes apagadas Não me deixam relaxar O interruptor como sempre em meia-luz regulado Toco-lhe faz se penumbra Que se espalha por todo o lado Ilumina-se roupa pelo chão Coisas que ai não deviam estar Repito-me para mim não Tudo se pode explicar Peça a peça vou andando Na banheira agua já posso escutar Éramos felizes namorávamos Em que estaria ela a pensar Engulo em seco caminho Tentando raciocinar Porem chamo-lhe de puta Mesmo antes de a encontrar Imagino a molhada Num frenético cavalgar Puta que fizes-te A este que te ousou amar Imagino suas cadeiras Por onde a agua esta a escorregar Cabelos negros e molhados Alguém no seu pescoço a beijar Imagino já não sei se ouvindo ou não Aquele gemido de prazer No qual entrega corpo e coração Nunca a casa me pareceu tão grande Nem tão dolorosa a traição Puta porque te entregas a emoção Imagino-o certamente Belo dentro dela Moreno ardente Morrendo de desejo ao vê-la A porta da casa de duche Em frente a passagem me quer barrar Toco no puxador está trancado A puta não queria ninguém a incomodar Pelo som do duche Os meus passos se devem silenciar Entregues em luxúria estão A puta nem me ouviu chegar Imagino-a com a agua pelos seus lábios a escorrer Antes que ele lhe beba Essas gotas de emoção Morro de ira e raiva Já pouco posso aguentar Rebento a porta de um pontapé Puta vou entrar A água escorre pelo chão Estranha pois rosa parece estar Olho em volta Vejo-a submersa Com os pulsos a sangrar Louco Tento resgata-la da agua Sua cara pesada parece não me olhar Parece fria dizer-me louco Como podes-te imaginar… Não sei que fazer tenho medo E nojo do que consegui pensar Está nua porem só Ninguém a voltará a tocar...