Passos que não se escutam vozes perdidas no escuro; corpos que não existem vidas sem futuro. Pensamentos que ecoam no vazio sonhos apenas na mente; as mãos presas por um fio coração frio e quente. E as sombras no escuro que se vêem são pedaços de céu ensombrado e as sombras no escuro caminham no passado. Ouve-se aqui e acolá um murmuro vê-se um presente sem futuro; e viajam por entre o bréu as sombras no escuro. Perdidas na madrugada são chamadas filhas da lua; no dia não são nada de noite são a alma da rua. Quem as vê finge não ver finge que nada são; e nasceram para perder caminham sem pátria nem nação. Mas no meio de rostos desconhecidos alguém grita amigo e os sonhos outrora perdidos encontram agora seu porto d"abrigo. E as sombras no escuro caminham por outra estrada; e já não existe o muro nem o vazio que é nada.