É como trocar de pele. De tempos em tempos, tudo se renova. Os pensamentos, os sentimentos, os objetivos, os próximos passos, os sonhos, o modo de encarar a vida, as lições, os amores de metrô. É um processo natural, não há como evitar ou negar.
Assim como a pele, a mesmice uma hora resseca. Vai ser sempre assim, melhor desencanar. Não agrega mais, não tem motivos pra continuar. Pode ser que daqui um dia, uma semana, um mês, um ano, dez anos, algo faça sentido, mas não agora.
O jeito é viver o dia a dia como se quer – e se deve – viver, e deixar o acaso agir. Ou não. Mas já dizia Cazuza: “o pra sempre sempre acaba”. Nada apaga o que passou. Os momentos, as risadas, as tristezas. Tudo tem sua importância, o seu porquê. Tudo tem uma consequência, e um aprendizado.
A lembrança se divide em uma balança, de acordo com o sentimento causado em cada situação. Bola pra frente, vida que segue corrida, a passos largos. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Caranguejo que dorme, a onda leva. O foco é outro, quando vê, já se esqueceu. Ou só adormeceu.
“Quando me vejo a salvo, eu mesmo me firo”.Ju dite