Vou alinhavar versos prudentemente
Para um encontro muito improvável
Com esta minha mente que desmente
A estrada da realidade não realizável!
Alguém quis meu destino ali traçado
No instante em que viveu a semente
Germinada no colo já providenciado
Naquele sublime acto tão perpetuado
Fecundado num dia estéril e adubado!
Ah! No vácuo ficam as pobres letras
Lavradas por tamanho vil sentimento
Perecidas no mural do grande poeta!
Que reclama no estandarte do poder
Destruindo castas humildes intenções
Reza fel ironizado, não o soube conter!
Ser poeta não é somente ilustrar versos
Mas, vesti-los com
tecido de sentimento
Enraizados por motivos mais dispersos.
Maria Valadas
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