Rosa Rubra
A rosa desfolhada dos meus dias
com espinhos tão doridos e pontiagudos
que arrancam-me do caule que é desnudo
para nos vasos da paixão esmorecer.
Desta rosa os olores me arremetem
pelas infinitas vias desses tempos
que passaram pelas frestas como um vento
e nas curvas da sua tez foram ter paz.
Mas nada dura uma eterna felicidade
então murchou toda aquela vivacidade
que contemplei nos jardins do meu amor
naquela rosa onde foi morrer a minha dor.
E foram dias de um colorido opaco
adormecidos em um outono infindável
e a sensação de solidão inenarrável
tendo os botões a esperarem sua primavera.
E foram eras tão longas a sua espera
mortes e vidas, luzes e sombras e paz e guerra
até deitar eu novamente em expressão
e degustar a rosa rubra do seu coração.
Jonas R. Sanches
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