Gosto daqueles que olham... no abismo dos olhos. Dos que penetram por ele em todos
os demais sentidos. Gosto daqueles que olham e que compreendem que a minha saudade é
um espaço de tempo (muitas vezes interminável) e que o meu estar junto muitas vezes
é estar longe demais. Gosto daqueles que me olham... como se estivem se olhando;
porque no fundo... faço-me espelho entre olhos. Gosto desse teu olhar... mas
confesso que prefiro os outros olhares, mais desapegados... mais racionais... menos
sentimentalistas e não tão desafiadores. Porque eu sempre me perco em olhares
desafiadores... eu sempre me sinto num outro plano. Gosto de olhares como os teus...
mas desvendar-te pode custar-me muitas vidas!
Adriano Hungaro
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