Viver!
Como dói à vida!
Como me sinto pequenina!
Às adversidades são infinitas.
Tenho em mim amor aflito
Que nasceu comigo e morre
Sem achar abrigo.
Como posso falar de amor
Se vivo sem vontade de viver?
Se morro cada dia ao alvorecer?
Alma afogando o desconsolo de ser.
Perco-me no engano de mim mesma,
Vejo minhas ausências no anoitecer,
Olho sem ver o que me faz sofrer.
Sou o inverso do que me crês,
A alegria sem ser, um naufrágio
No azul profundo do meu viver,
Fome, desejo de mudar, aprender
A voar, bastar-me, pensar amar
Desfraldar nova realidade, repaginar.
Ser a gaivota sobre o mar, lutar
Sem me entregar, enfrentar o
Perigo do vazio e amar sem
Medo de me apaixonar.
Márcia Rocha
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