Não estou falando de um mundo cor-de-rosa ou de pessoas perfeitas, sempre prontas para nos acolher, amar, caminhar
ao nosso lado.
Não falo disso, mas da tristeza nos olhos de quem
vira as costas e a gente não vê.
A beleza por dentro de um peito
encouraçado que a gente não sente.
A solidão de quem afasta um amor e
se deita em camas tão frias.
É do instante quando os olhos se perdem
no nada e nenhuma mentira é capaz de enganar si mesmo.
É desse
instante solitário, desse instante sem abraço, que eu digo.
Todo mundo vai virar as costas ou dizer
que merece coisa melhor ou debochar das
mentiras que eles contaram...
mas a gente pode sempre voltar e
acolher com amor, ser os primeiros a começar.
Afinal, se a
hostilidade do mundo despertar a nossa,
quem vai ser o primeiro a
sorrir?
Rita Apoena
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