Ela não disse nada quando ele chegou 40 minutos atrasado. “Deve ter tido um bom motivo.â€
Não disse nada quando ele cancelou o jantar pela terceira vez. “Trabalho é trabalho.â€
Não disse nada quando ele passou o fim de semana inteiro grudado no celular. “Ele merece descansar.â€
E então, numa quinta-feira qualquer, ele esqueceu de comprar leite.
E ela explodiu.
Ele ficou sem entender. “É só leite. Por que esse exagero?â€
Mas não era sobre o leite. Nunca foi.
Era sobre as 40 pequenas gotas que ela engoliu para “não criar casoâ€. Para “manter a pazâ€. Para não parecer “exagerada†ou “dramáticaâ€.
O problema não é a última gota. É acreditar que silenciar vale a pena. Que ignorar pequenos desconfortos protege a relação.
Mas relacionamentos saudáveis não se constroem sobre o que calamos - se constroem sobre o que conseguimos dizer antes de transbordar.
Quando aprendemos a expressar desconforto no tamanho que ele tem (pequeno), evitamos que ele cresça até o tamanho de uma explosão.
Não é sobre “brigar por qualquer coisaâ€. É sobre ter espaço para dizer “isso me incomodou†sem medo de ser ridicularizada. É sobre parceiros que escutam gotas, não apenas dilúvios.
Padrões de silenciar podem ser transformados. O primeiro passo é reconhecer: você não precisa esperar transbordar para ter o direito de falar.

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