E o medo de sentir virou uma espécie de armadura — pesada, mas necessária para sobreviver num tempo em que a sensibilidade é vista como fraqueza.
Hoje os corações não se entregam: calculam.
Pesam o que ganham e o que perdem.
Falam de amor, mas com cláusulas e ressalvas.
Beijam, mas com a mente distante.
Abraçam, mas com o corpo rÃgido, como quem teme se derreter.
O que aconteceu com a ternura?
Com o olhar que dizia mais que mil mensagens?
Com o toque que curava sem precisar de palavras?
Talvez estejamos todos cansados demais, feridos demais, ou distraÃdos demais tentando parecer fortes.
Mas a verdade é que por trás dessa dureza,
ainda existe um coração que pulsa — tÃmido, mas vivo.
Esperando o dia em que amar não doa,
em que sentir não assuste, e em que a alma possa, enfim, descansar no simples gesto de ser humana outra vez..â€
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