MÁGOA
Eu que cheguei a ter essa alegria
de junto ao meu possuir teu coração,
eu que julgara eterna a duração
do voluptuoso amor que nos unia,
sou,- apagada a última ilusão,
morto o deslumbramento em que vivia,
- um cego que ao lembrar a luz do dia
sente mais negra ainda a escuridão.
Tu me deste a ventura mais perfeita,
perdi-a, e dei-te a chama insatisfeita
dessa imensa paixão com que te quis...
Hoje, o que sinto, inútil, revoltada,
não é mágoa de ser tão desgraçada,
é pena, de ter sido tão feliz.
Virgínia Victorino
Eu que cheguei a ter essa alegria
de junto ao meu possuir teu coração,
eu que julgara eterna a duração
do voluptuoso amor que nos unia,
sou,- apagada a última ilusão,
morto o deslumbramento em que vivia,
- um cego que ao lembrar a luz do dia
sente mais negra ainda a escuridão.
Tu me deste a ventura mais perfeita,
perdi-a, e dei-te a chama insatisfeita
dessa imensa paixão com que te quis...
Hoje, o que sinto, inútil, revoltada,
não é mágoa de ser tão desgraçada,
é pena, de ter sido tão feliz.
Virgínia Victorino