DESPEDIDA
Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas;
mas há estrelas sobressaltadas resplandecendo além do fim.
Bebo essas luzes com tristeza,
porque sinto bem que elas são o último vinho
e o último pão de uma definitiva mesa.
E olho para a fuga do mar,e para a ascenção das montanhas,
e vejo como te acompanhas,para me desacompanhar.
As luzes do amanhecimento acharão toda a terra igual.
Tudo foi sobrenatural,sem pesos de contentamento,
sem noção do mal nem do bem,jogo de pura geometria,
que eu pensei que se jogaria,mas não se joga com ninguém.
Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas;
mas há estrelas sobressaltadas resplandecendo além do fim.
Bebo essas luzes com tristeza,
porque sinto bem que elas são o último vinho
e o último pão de uma definitiva mesa.
E olho para a fuga do mar,e para a ascenção das montanhas,
e vejo como te acompanhas,para me desacompanhar.
As luzes do amanhecimento acharão toda a terra igual.
Tudo foi sobrenatural,sem pesos de contentamento,
sem noção do mal nem do bem,jogo de pura geometria,
que eu pensei que se jogaria,mas não se joga com ninguém.
Cecília Meireles