"Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando
chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de
grandes chuvas e das recordações da infância.
Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste
durante o dia, dos anseios
E das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água
E de caminhos molhados, de beira de estrada,
De mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver,
Não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo.
Preciso de um amigo para parar de chorar.
Para não viver debruçado no passado
Em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando,
Mas que me chame de amigo,
Para que eu tenha a consciência de que ainda vivo"