E não pode mexer jamais depois de a água ser posta.
O alho deve fritar junto com o arroz.
Coisas que eu sei e que não. Eu sei muitas coisas. Faxina pó exemplo, sei limpar uma casa de tal forma que não sobra um canto que não tenha sido tocado por minhas mãos.
Depois vou sujando com muito gosto, deixo peças na sala e louças sujas na pia, não na mesma hora, mas um pouco depois volto limpando, assim me faço nos objetos que me acompanham.
Gosto de andar nas ruas e ir comprando coisas que vão se acomodando em torno de mim.
Tenho muitas coisas, quero dizer, muitas camadas.
Uma camada de livros, outra de sapatos, tem a camada de plantas e toalhas de rosto, tenho camada de cosméticos e de adereços, uma camada de nomes e de coisas que vejo.
Tudo ordenado ao meu redor em forma de corpo, um corpo que me sustenta quando o meu própio me falta.
Descanso encostada nas paredes da casa, que me guardam como um abraço.
Tudo em minha casa tem existência, todas as coisas significo, com os olhos ou com as mãos, minha casa tem silêncios que às vezes ouço e faço poemas."
Nesse texto a filósofa Viviane Mosé fala do amor, e do prazer de ficar em casa, ela diz - que a nossa casa nos guarda como um abraço.
Desconheço autor âœï¸
Via Clube da Leitura