Houve um momento da jornada em que o amor passou a ser menos palavra para ser mais gesto. Em que a empatia se tornou mais fácil porque o julgamento foi dormir. Em que a vida se tornou mais leve porque o respeito pelos meus limites acordou. Em que combinei comigo criar menos expectativa com relação às pessoas e às circunstâncias.
Houve um momento da jornada em que passei a me lembrar mais vezes que me cabe ter cuidado, mas que não tenho controle com relação ao que mais importa na minha vida e na vida de quem amo. Que não, não preciso ser forte o tempo todo, incansável, resistente. Que sou também fragilidade, sou também tristeza, sou também cansaço.
Houve um momento da jornada em que resolvi me perdoar, mesmo à s vezes sem me sentir perdoada por quem feri. Em que parei de fazer agrado para as dores do passado como quem lustra relÃquia. Em que passei a apreciar mais vezes o caminho percorrido como quem segura presente. Em que de alguma maneira consegui me tornar mais inteira dentro de cada instante.
Houve um momento da jornada em que passei a ser livremente mais amorosa ao deixar de ser cativa da espera de receber amor em troca. Em que comecei a perceber melhor a benção linda que é ser amado exatamente do jeito como a gente é. Em que descobri uma ternura natural que eu desconhecia em mim.