Faz comigo o que o outono faz com as folhas das árvores. Leva de mim tudo o que já não me faz falta.
Deixa-me despida de tudo, para que a chuva do inverno possa lavar-me e purificar-me e se ainda for preciso, leva-me mais uns galhos, daqueles que já não me fazem falta, que apenas me provocam peso.
Ajuda-me a sarar na primavera, para que possa florescer em abundância, para que as flores e os frutos possam brotar de mim, livres de tudo o que não me deixa desabrochar livremente.
No verão, quero estar doce e perfumada, pronta para tudo o que Tens programado para mim.
Ana Silvestre