Deixei algumas oportunidades escaparem pelos meus dedos. Já me arrependi de ter falado. E de não ter dito nada quando devia dizer. Acabei me acostumando com o que não deveria.
Me frustrei por não receber o que esperava, depois me culpei por ter esperado algo: a gente nunca deve esperar nada, nada, nada de alguém. Já me decepcionei com quem era importante pra mim e descobri que é assim mesmo: a gente magoa e é magoado a todo instante.
Nunca acreditei em lobo mau, bicho papão e mula sem cabeça, mas tenho lá meus fantasminhas e demônios que insistem em me atormentar. E eu procuro me esconder embaixo da cama, entrar em labirintos, procurar esconderijos. Nem sempre consigo. Às vezes, não acredito em mim e dou muita bola para o que dizem.
Então, respiro fundo, tento me achar no meio desse caos que eu sou e penso: mesmo defeituosa, eu mereço alguma paz. E vou em busca do que eu acho certo.
Clarissa Corrêa