Pássaro sem ninho
A alma se cala com o olhar que congelou,
Debruçada sobre o cadáver do corpo nu,
Chora o silêncio da lágrima
Que tantas vezes derramou.
A dor que dilacera o peito estendido no chão
É agora a única companhia.
E, cabisbaixa, a sombra se arrasta,
Rumo à solidão.
Nada resta, somente o vazio devassador,
Um imenso abismo onde outrora o jardim florido
Acolhia o beija-flor.
Saltitando de alegria em alegria,
Inconseqüente passarinho
Fez-se presa de sua liberdade
E caiu ferido, agora sem ninho,
Sem flores e sem forças pra voar...
Resta-lhe viver das migalhas das saudades.
Lídia Sirena Vandresen
06.01.10
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Texto em inglês
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