O pequeno ET
Nascera na garagem de minha casa,
Ele e mais três cãozinhos,
filhotes da minha pincher, Nicole.
Parecia prematuro, um “cisco” pretinho.
A princípio, era disputado por todos,
Exatamente por ser tão pequeno!
À medida que cresciam,
menor ele parecia em relação aos outros.
Enfim definiu-se a doação,
mas o pequeninho seria entregue só com quarenta dias
para que se fortalecesse mais.
Com o passar do tempo, porém, os pelos do coitadinho
Começaram a cair, especialmente na cabeça,
E, eis que eu tinha um cãozinho calvo...
Na verdade surgiram pequenos nódulos que descamam
Por toda a pele do infeliz.
Os olhos foram se tornando mais arregalados do que o normal,
E as perninhas finas e um tanto tortas
Contrastando com a barriguinha grande
Fecharam o quadro da imagem mais esquisita que já vi
em forma de cão.
Meu Deus que serzinho estranho!
Dei-lhe o nome de ET.
Mas que simpático é o ET!
A cada dia mais valente e esperto,
Não chora a toa como o irmão que ainda está com ele,
Passeia muito mais pela garagem,
Bebe o leitinho,
E me olha com aquele olhar desconfiado de coitadinho.
Um vencedor, é o que ele é!
Sua primeira vitória é estar vivo!
Mas até isso eu temo por ele,
Uma vez que não seria difícil um gato aventureiro
confundi-lo com um rato ou outro bicho qualquer.
Enfim, cá está o meu pequeno ET, com quarenta dias.
Mas, agora, já não tenho certeza que será doado.
Não porque eu não queira,
mas porque, talvez, ninguém o queira.
Também, não tem importância.
Se ele for rejeitado, ficará comigo.
É o mínimo que eu posso fazer por uma criatura tão valente!
E, afinal, os feios também amam...
Lídia Sirena Vandresen
14.10.09
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Agora é dia 15.10.2009 às 19:20 hs
Ainda ontem postei sobre o pequeno ET. Mal podia eu imaginar que hoje ele estaria morto. E pior, com medo de que um gato o matasse, trouxe ele pra minha sala, e agora mesmo, escutei seus gritos. Era o outro meu cahorro, pai dele que o matava. Não consegui salvá-lo. Deu seu último suspiro nas minhas mãos. Não entendo porque isso aconteceu, talvez ciúmes ou então nem o pai o reconhecera...
Pobre Et, eu o amava!
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