Sobrevivente
Dentre os espinhos dos arbustos sobreviventes
Na vasta terra árida do deserto de outrora
Onde condenados a fenecer aos gritos pungentes,
Pediam socorro aos deuses dos surdos lá fora...
Onde não se espera mais que folhas retorcidas,
Surge tênue flor em esplendorosa beleza,
Desafiando as certezas e regras estabelecidas,
Contrariando até mesmo a moral da natureza.
Dentre os escombros do sonho destruído,
Em meio às cinzas do castelo queimado,
Surge, majestoso, quem julgaram vencido,
Carregando nos ombros seu sonho, seu legado.
Nada o impedirá de prosseguir confiante,
Nem o desprezo, ameaças ou a falta de sorte...
Pois ele é da vida o eterno e fiel amante
Sobrevivente, guerreiro, poeta, até a morte!
Lídia Sirena Vandresen
(04.02.09)