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Vermelho
Gosto do vermelho
Do vermelho que colore o céu no entardecer
E os colibris acorda ao amanhecer.
Do rubro saltitante que, na chama do fogo, atrai,
Veste última do Filho do Pai,
Cenário da crueldade humana que espanta
E na singeleza da flor encanta.
Símbolo da vida e da morte,
Dos reis e do guerreiro forte,
É a cor da alegria e da guerra,
Espalhando-se por toda a terra,
Nos corais das profundezas do oceano dormente,
Na flor do cacto, no deserto, sobrevivente,
Na aves majestosas que na selva extasia,
Em leves nuances de perfeita harmonia.
No rubi que enfeita o colo alvo da princesa,
E na flor do cabelo da camponesa.
Vermelho que ruboriza a face da menina
Revelando a paixão que a moral abomina
Que nos lábios da virgem o desejo fomenta.
Vermelho é a cor da energia que a vida fermenta.
Quero declarar guerra ao cinza sem graça
Ao negro sombrio que meu olhar embaça,
Aos tons pastéis que tira o encanto
Da poesia e do canto.
Quero o vermelho da vida
Mesmo que por ele eu seja ferida!
Lídia Sirena Vandresen.
19.04.09
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