Saudades de Deus.
Há dias em que a alma sente-se perdida
Como ave em busca do ninho,
Voa solitária, sem destino,
O que busca na vida?
Procura a luz
Um caminho...
Não há amor,
Música ou cor,
Não há perfume,
Nem sorrisos,
Só escuridão.
Perambula cansada,
No frio e na dor,
Insensível,
Corrosiva,
Sem céu e sem chão.
Neste mundo conturbado
Não há nada que a possa preencher,
Dissolve-se como fumaça
Qualquer tentativa frustrada,
Perde-se no vazio seu grito
Sem graça.
E no eco debochado,
Escárnio da solidão,
A certeza de sua pequenez.
É hora de pousar
De pisar o chão.
É, mais uma vez,
O deserto da alma.
Onde ela se refugia
Nos pensamentos seus,
Para no jejum do mundo
Lembrar de onde viera.
É a saudade de Deus!
Lídia Sirena Vandresen
(20/12/07)
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