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Eternos namorados.
Desde menina e até bem pouco tempo,
Quando pensava em namorados,
Vinha-me à mente um jovem casal,
De olhos amendoados hipnotizados,
Na emoção que os envolvia.
Momentos de paixão e loucura,
Gestos românticos, palavras de ternura,
Músicas que tocam a alma fazendo-se poesia,
E deixando o corpo esmorecido...
Beijos apaixonados, sussurros de louvores,
Serenatas, presentes, flores,
Despedidas num adeus doído
E saudades que só morrem no abraço do amado!
Enfim, tudo o que um coração poeta deseja
Pra viajar nos seus sonhos e poesias.
Momentos tão mágicos, quem não almeja!
Mas, hoje, quando penso em eternos namorados,
É a imagem de meus pais que vejo claramente.
Enamorados desde crianças, amor inocente,
Tornou-se gigante, único amante.
Juntos enfrentaram e venceram batalhas
Doença, pobreza, dureza, trabalho, mortalhas,
Houve sombras, mas o amor iluminou.
O mundo gritava, eles se falavam com carinho.
O universo guerreava,
Eles cuidavam para não ofender ou magoar.
Além dos sete filhos, naquele lar,
Hospedaram sempre o Deus que os amparou.
Um amor alicerçado em ações,
Cuidados e atenções,
Cada dia mais forte como árvore enraizada,
Não teme a tempestade e nem agruras,
Esperam apenas estar juntos até o fim.
Ela já não ouve tão bem assim,
Mas escuta tudo o que ele diz.
Suas mãos trêmulas preparam com ternura
O doce preferido que o marido quis.
Apoiando em sua muleta, torto e manco,
Ele continua sendo o apoio da amada,
Que não dá um passo sem ele ao lado!
Dor de um, do outro o pranto,
Como é lindo ver aquele amor!
Como ainda são apaixonados!
Meus lindos pais,
Eternos namorados.
Lídia Sirena Vandrsen (12.06.08)
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