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Entre papéis inúteis que foram para o lixo
encontrei esta poesia escrita por mim,
a quanto tempo não sei,
talvez a mais inútil entre todos,
mas decidi guardá-la no baú de inutilidades
que muitas vezes chamamos de tesouros.
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Fantoches
Motivos do porque não fiz o que devia ter feito,
tantos encontrei no arsenal de minha razão.
A dificuldade do momento, a falta de tempo,
pessoas que me cercam e exigem atenção.
Motivos razoáveis, justos, confortáveis,
desfilam na passarela da lógica justificável.
Mas agora os afasto bruscamente
como fantoches inúteis e inconvenientes.
Desejo saber o verdadeiro, oculto, patrão
que secretamente comanda meus atos
e que abala a minha alma, covarde,
disfarçado de inocente num canto do coração.
Entro, sorrateira, corajosa, decidida,
num labirinto de confusas emoções,
e me perco na neblina morna, densa,
que ofusca a visão e abala as decisões.
Sento num canto frio daquele tormento,
preciso recuperar o fôlego e a sobriedade,
acalmar o desassossego da alma desnuda,
afinal, de que me serve a verdade?
Volto pisando sobre meus passos marcados
na poeira dos meus sonhos, ignorando meus ais.
Chego à luz do lado de fora de mim, resignada.
Respiro o silêncio dos segredos segregados
e olho os fantoches ainda a postos, serviçais.
Sorrio complacente. É eles, ou nada.
Lídia Sirena Vandresen
UMA FESTA MARAVILHOSA PRA VOCÊ,
COM MUITA LUZ NO CÉU E ABRAÇOS NA TERRA,
NÃO SÓ NA VIRADA DO ANO MAS NA SUA VIDA!
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Que eu tenha a ciência de escolher o terreno fértil,
a sabedoria em semear a semente boa,
o compromisso de afugentar os pássaros,
a persistência em cultivar a frágil plantinha,
e a paciência para esperar os frutos maduros.
(Lídia Sirena Vandresen)
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