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A festa da família Sirena


Este fim de semana foi muito especial para mim.
Estive no Rio Grande do Sul,
a novecentos quilômetros de onde moro,
num lugarejo muito pequeno, e lindíssimo, Três Arroios.
Foi nesta cidade encantadora com aparência européia,
colonizada por alemãs, a vinte quilômetros de Erechim,
que aconteceu o terceiro encontro da família Sirena.
Há quatro gerações, o senhor Stanislao Antônio Sirena
e a esposa Páscoa Dalzotto, chegavam ao Brasil,
após quarenta dias viajando no oceano que separa a Itália
desta terra abençoada, com seus três filhos
Giácomo (meu bisavô, 21 anos), Giovanni (16) e Luiz (11).
Aqui vieram em busca de uma vida melhor,
na América dos sonhos encantados difundidos na terra natal,
que na verdade seria o pesadelo destes nobres desbravadores.
Agora, na festa que reuniu mais de quinhentos descendentes,
animada pela banda típica italiana, ao som da sanfona,
cantando as músicas saudosas daquela gente,
no idioma de seu país,
pude experimentar alegria, emoção, entusiasmo,
mesclados a um sentimento de dor
como se eu pudesse sentir toda a aflição e sofrimento
que meus antepassados viveram
nas fotos antigas refletidas no telão,
e na letra de algumas músicas que revelam a cruz e a paixão
que os esperavam neste país onde aprenderam a amar.
E vendo, ainda hoje, a simplicidade
da maioria daquelas pessoas,
tão empenhadas em servir e agradar,
carregando na face um sorriso largo,
nos olhos a força de um amor maior,
a pureza que só gente de fé pode ter,
e na boca uma palavra amiga e acolhedora,
tive a certeza: grande foi o legado
que essa família nos deixou.
Obrigada Stanislao, Giácomo, Giovanni e Luiz!
Tenho certeza que a união de pessoas que, na maioria,
mal se conhecem, mas que por vocês se reúnem,
é a melhor homenagem que poderiam lhes fazer.
Ao me despedir, acenando para tantos que ali conheci
mas com ao sentimento de que faço parte deles desde sempre,
trazia no coração a esperança de muitas outros encontros.
Não consegui dizer quase nada ao jornalista que me abordou,
hoje eu diria: é algo estranhamente maravilhoso,
pois numa festa de quinhentas pessoas das quais conheço
pouco mais de cinqüenta, senti-me como se em casa estivesse.
Muitas abracei, como se soubesse que algo nos unia
e uniria eternamente, mesmo tendo tão pouco em comum,
e paradoxalmente tanto: o sangue daqueles heróis.


Lídia Sirena Vandresen
25.10.2011

E vamos caminhando em busca da perfeição.
Não a perfeição aos olhos humanos,
mas a perfeita harmonia da alma com o espírito,
aos olhos divinos.
Sem falsos moralismos e valores distorcidos,
mas em busca do amor genuíno,
da capacidade de amar e perdoar
e de nunca julgar ou prestabelecer rótulos
e verdades sustentadas em nossa vã filosofia.
Lídia (17.10.2011)

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Que eu tenha a ciência de escolher o terreno fértil,
a sabedoria em semear a semente boa,
o compromisso de afugentar os pássaros,
a persistência em cultivar a frágil plantinha,
e a paciência para esperar os frutos maduros.
(Lídia Sirena Vandresen -13.10.2011)


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Texto em inglês

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