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Poeta sem paixão.
Perturbada pela voz da alma que diz “você não é nada”,
Mergulhada na mais obscura sombra da noite esquecida
Na ânsia de submergir da fria lagoa onde jaz abandonada
No desespero de quem busca o sentido que guie sua vida.
Alma de poeta aprisionada numa existência sem magia
Coração esmagado pela ausência da paixão que “abomina”
Olhos embaçados pela névoa da mesmice que a contagia
Corpo arqueado sob o peso do desânimo que o domina.
Lentos passos rumo ao nada, artrite da alma sem destino,
No sol escaldante que esmorece os ânimos e de sede mata
No deserto de uma vida onde um dia se perdeu da luta o tino,
Poeta sem paixão, a vilã que, na alegria ou na dor, o resgata.
Lídia Sirena Vandresen (27.10.07)
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